Nome: Breno Ribas Moura - nº 04
Índios - Legião Urbana
Quem me dera
Ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro
Que entreguei a quem
Conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora
Até o que eu não tinha
Quem me dera
Ao menos uma vez
Esquecer que acreditei
Que era por brincadeira
Que se cortava sempre
Um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda
Quem me dera
Ao menos uma vez
Explicar o que ninguém
Consegue entender:
Que o que aconteceu
Ainda está por vir
E o futuro não é mais
Como era antigamente.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante
Fala demais
Por não ter nada a dizer.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Entender como só Deus
Ao mesmo tempo é três
Esse mesmo Deus
Foi morto por vocês
É só maldade então
Deixar um Deus tão triste.
Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.
E é só você que tem
A cura do meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Acreditar por um instante
Em tudo que existe
E acreditar
Que o mundo é perfeito
Que todas as pessoas
São felizes...
Quem me dera
Ao menos uma vez
Fazer com que o mundo
Saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz
Ao menos obrigado.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos Índios
Não ser atacado
Por ser inocente.
Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.
E é só você que tem
A cura pro meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos
E vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.
Análise: A letra relata a chegada dos portugueses no Brasil, a busca de riquezas e exploração de nossas terras. Os índios acreditaram na falsa amizade dos portugueses e entregaram suas riquezas (como diz na primeira estrofe). ''E o futuro não é mais como era antigamente.'' É a visão dos índios, se os portugueses não tivessem invado o Brasil o futuro deles seria diferente. A crítica capitalista também se faz presente na letra quando o autor fala da ambição (na quarta estrofe). Na sexta estrofe, o autor se põe na visão do índio com uma crítica aos homens brancos. A colonização fez os portugueses ensinarem que Deus está em tudo, mas ninguém lhe diz ao menos obrigado, e Esse foi morto pelo próprio homem. Mesmo assim, eles continuam o adorando. Na última estrofe, o autor diz de fato que os portugueses deram espelhos em troca da exploração dos índios; que os índios eram inocentes. ''E vimos um mundo doente'' É o mundo de exploração de riquezas, como a natureza e as terras, e a exploração dos próprios homens, até a atualidade.
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